domingo, 16 de agosto de 2009

Saudade.

Sinto saudades de você, você que eu nem conheço. Ou conheço? É necessário o toque entre as peles, o calor da outra e os olhos nos olhos para conhecer? Se for assim, realmente não conheço. Mas pra mim, eu te conheço mesmo ficando uma, duas, três horas conversando virtualmente. E já conheço ao ponto de sentir saudades, do tipo de saudade que enche meu peito de alegria quando a janelinha do MSN sobe e é você, ou quando recebo um scrap, ou quando ouço sua voz no telefone. Essa saudade que me faz, quando encontro você, dormir apenas duas horas por noite. Mas não me importa. Cada minuto é valioso e não quero desperdiçar nada. E a saudade que eu sinto se desfaz com apenas um cumprimento carinhoso. Mas no momento da despedida, a saudade já está pronta para tomar conta de mim. Te conheço, e te conheço cada vez mais, explorando aos poucos cada mínima parte de você, e fazendo de você cada vez mais uma parte de mim.


"Enquanto houver você do outro lado
Aqui do outro eu consigo me orientar
A cena repete a cena se inverte
Enchendo a minh'alma d'aquilo que outrora eu deixei de acreditar

Tua palavra, tua história
Tua verdade fazendo escola
E tua ausência fazendo silêncio em todo lugar"

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Rastros.

Me diga um caminho. Me fale por onde seguir. Irei atrás de você, seguindo as suas pegadas deixadas na areia. Pode ser o mais longe que for, eu estarei logo atrás. Durante todas as estações do ano, durante o frio pra eu te aquecer, e o calor pra eu te refrescar. Seja na hora em que você estiver dando seu lindo sorriso, que me faz estremecer toda, seja na hora em que seus olhos mal estejam aguentando segurar as lágrimas. Eu me disponho a sair do meu canto reconfortante e sair pela vida lutando por você. E ainda que seja difícil, ainda que você se sinta insegura, eu continuarei atrás, sem me arrepender. Um passo atrás do outro, ou numa corrida por horas sem olhar para trás, irei no seu ritmo. Ignorarei medos, dificuldades, nervosismo e distância. E ainda que você não deixe rastros, te encontrarei.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Você.

Você surgiu na minha vida do nada, como um raio de sol iluminando um túnel escuro. Talvez sua intenção nem fosse essa, e talvez você nem saiba o efeito que tem em mim, mas esse foi o resultado. Talvez sua idéia fosse apenas me falar algo, e deixar assim, sem mais, apenas me cobrindo com palavras doces e gostosas de se escutar, sem segundas intenções. Mas, comigo, teve um efeito diferente do esperado. Porém tem certas coisas na vida que não se explicam. E você é uma delas. Com seu jeito talvez subjetivo, ou até objetivo demais, me conquistou meio que instantaneamente. Pode parecer meio assustador, idiota, precipitado, ou o que quer que seja. Mas aprendi a não me importar mais com o que parece, mas sim com o que é. E você é. Você é algo que nem preciso definir. Já está dentro de mim.

domingo, 9 de agosto de 2009

Quem?

Quem é você? Você que apareceu na minha vida, você que mexeu comigo. Que virou meu mundo de cabeça pra baixo, me fez mudar e enxergar o melhor de mim. Quem é você? Que me deu forças desde o princípio, que me aguentou nos momentos mais críticos e teve ali quando nem eu estava. Quem é você? Das desavenças aos amores, do princípio ao fim, da dor à risada, das lágrimas aos sorrisos. Do álcool à água, do verão ao inverno, da mudança à estagnidade. Quem é você? Que me ensinou a viver, que ergueu minha cabeça, que confiou, chorou, suou, correu, amou, sorriu. Quem é você? Que transformou as obrigações em prazer, de cada palavra uma realidade, de cada gesto um significado, de cada olhar um abraço caloroso e apertado. Quem é você? Que agora não mais está aqui, que me deixou aqui perdida em mim mesma, que me deixou sem rumo. Quem é você?

Silêncio.

E na calada da noite, ela gritou. Gritou com toda a força existente em seu peito. Ensurdecedor, tocante, sofrido. Berrou esperando que alguém a ouvisse, que alguma alma com um pouco de paixão parasse e tentasse entender o porquê da quebra do silêncio. Mas ninguém nem ao menos deu atenção. Eram milhares e milhares de pessoas que passavam em sua volta, e desprezavam qualquer mudança, por mínima que seja, em sua face. Todos tinham problemas a pensar, e se importar com um grito de alguém desconhecido não parecia prioridade. Então assim, todos continuaram a andar. Sem rumo e sem sentimentos. Com um objetivo por todos desconhecido. E ela, já sem esperanças maiores, calou a boca. Percebeu que o silêncio, mesmo com o peito explodindo de dor, talvez fosse menos sofrido.